quarta-feira, maio 04, 2016

Giro pelo Mundo: Macri se coloca à disposição da justiça / Cruz abandona disputa nos Estados Unidos

Panama Papers: Macri se coloca "à disposição da Justiça"

Presidente argentino, citado nos documentos vazados que apontaram pessoas com contas em paraíso fiscal, disse que "não há nada a esconder"


Mauricio Macri(VEJA.com/Reuters)
O presidente argentino Mauricio Macri se colocou nesta terça-feira "à disposição" caso a Justiça argentina queira investigar seu suposto vínculo com sociedades em paraísos fiscais, revelados peloPanama Papers. Em entrevista coletiva na Casa Rosada, em Buenos Aires, o presidente disse que parece "muito bom" que as autoridades estejam cumprindo seu papel e afirmou que essa ação corresponde à de um país onde a Justiça trabalha "de forma independente".


Macri, líder da aliança de centro-direita Cambiemos, foi apontado pelos documentos vazados no caso Panama Papers como sócio da empresa Fleg Trading Ltd, localizada nas Bahamas e que seria uma fachada para evasão de divisas e lavagem de dinheiro, e vice-presidente da offshore Kagemusha SA. "No que me compete, estou à disposição de um juiz no civil e de um juiz federal para fornecer informação; vi o pedido de despachos ao Panamá para esclarecer a informação que apareceu nos meios de comunicação, e me parece ótimo", afirmou.

Na segunda-feira, o juiz argentino Sebastián Casanello enviou despachos ao Panamá e às Bahamas solicitando um relatório para averiguar se essas sociedades registram contas bancárias no nome do presidente. Macri declarou que não há "nada a esconder" e que as sociedades em seu nome e no nome de sua família, que é dona de um império de negócios, não estão em operação.
Em 3 de abril, após o vazamento dos documentos que relacionam políticos e empresários de todo o mundo com empresas laranjas em paraísos fiscais, a Presidência esclareceu que a companhia foi criada pelo pai do chefe de Estado, Franco Macri, empresário de origem italiana, para realizar um investimento no Brasil que não chegou a se concretizar. "Não somente fiz a declaração inicial dizendo que não era acionista, e como diretor não recebi nenhum tipo de retribuição, mas além disso levei todos esses papéis ao Escritório Anticorrupção para que o verificassem", argumentou Macri poucos dias depois.


Casanello pediu que o despacho seja atendido "o mais rápido possível" e explicou que é investigado se Macri cometeu o delito de "omissão maliciosa" de dados em sua declaração de bens. A pena para esse tipo de crime chega a dois anos de prisão. A Justiça argentina também agiliza nesta semana uma investigação sobre a ex-presidente Kirchner e seu filho Máximo, que atualmente é deputado federal, por supostas irregularidades em um negócio imobiliário familiar.

Chefes de Estado e de governo citados nos "Panama Papers"

Vladimir Putin, presidente da Rússia

Vladimir Putin, presidente da Rússia

Os documentos mostram que empresários muito próximos e amigos de Putin movimentaram US$ 2 bilhões (quase 8 bilhões de reais) por meio de rede clandestina de companhias offshore.

David Cameron, primeiro-ministro da Grã-Bretanha

David Cameron, primeiro-ministro da Grã-Bretanha


Ian Cameron, o pai do primeiro-ministro britânico, que morreu em 2010, usou os serviços da companhia panamenha Mossack Fonseca, especializada em criar e gerir empresas em paraísos fiscais. Os documentos revelaram que os fundos da Blairmore Holdings, empresa do pai de Cameron, "eram administrados de tal forma para que a firma não se transformasse em uma empresa britânica que fosse submetida a efeitos fiscais da Grã-Bretanha". Dias depois, o premiêadmitiu que possuiu ações no fundo de investimento criado pelo pai.
Maurico Macri, presidente da Argentina

Maurico Macri, presidente da Argentina

Macri é apontado como sócio da empresa Fleg Trading Ltd, localizada nas Bahamas e que seria uma fachada para evasão de divisas e lavagem de dinheiro. "A Presidência da Nação informa que o senhor Mauricio Macri nunca teve, nem tem, uma participação no capital dessa sociedade", informou um comunicado oficial emitido pela Casa Rosada.
Sigmundur Gunnlaugsson, primeiro-ministro da Islândia

Sigmundur Gunnlaugsson, primeiro-ministro da Islândia

O premiê e sua mulher, Anna Sigurlaug Pálsdóttirm usaram uma empresa de fachada para investir milhões de dólares em um paraíso fiscal e fugir do fisco islandês. Dois dias após a revelação dos documentos, Gunnlaugsson renunciou ao cargo.
Xi Jinping, presidente da China

Xi Jinping, presidente da China

Um cunhado do presidente chinês, Deng Jiagui, é o diretor e único acionista de duas empresas de fachada nas Ilhas Virgens Britânicas desde 2009, quando Xi já era vice-presidente do país.
Néstor e Cristina Kirchner, ex-presidentes da argentina (2003-2007 e 2007-2015)

Néstor e Cristina Kirchner, ex-presidentes da argentina (2003-2007 e 2007-2015)

Daniel Muñoz, ex-secretário particular de Kirchner e ex-assessor de Cristina é dono de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas usada para gerir ativos nos Estados Unidos e fugir do fisco americano.
Juan Carlos I, ex-rei da Espanha (1975-2014)

Juan Carlos I, ex-rei da Espanha (1975-2014)

Pilar de Borbón, irmã do ex-rei espanhol, é proprietária de uma empresa no Panamá utilizada para gerir fundos e fugir da tributação da Espanha.
Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia

Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia

Tem uma empresa em paraíso fiscal que investe em participações em outras companhias
Salman bin Abdulaziz Al Saud, atual rei da Arábia Saudita

Salman bin Abdulaziz Al Saud, atual rei da Arábia Saudita

Dono de imóveis de luxo em Londres, o rei saudita registrou seus bens em uma offshore para evitar a pesada tributação britânica e sonegar impostos.
Ayad Allawi, vice-presidente do Iraque (2014-2015); primeiro-ministro do Iraque (2004-2005)

Ayad Allawi, vice-presidente do Iraque (2014-2015); primeiro-ministro do Iraque (2004-2005)

Dono de offshores no Panamá usadas para proteger seu patrimônio de tributações.

Cruz abandona disputa e deixa caminho aberto para Trump

Desistência do senador após derrota em Indiana coloca o magnata ainda mais perto de conseguir a indicação do Partido Republicano para as eleições presidenciais dos EUA


Os pré-candidatos republicanos Donald Trump e Ted Cruz durante o debate(Mike Blake/Reuters)

Principal rival de Donald Trump, o senador Ted Cruz abandonou a disputa pela indicação do Partido Republicano nesta terça-feira, depois de perder as primárias no Estado de Indiana. A desistência de Cruz, que havia apostado suas últimas fichas em Indiana, abre caminho para a consolidação de Trump como o candidato republicano nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, em 8 de novembro.

Com 1.001 delegados, segundo estimativa do New York Times, Trump está a pouco mais de duzentos de garantir matematicamente a indicação - sem o risco de ser contestado na convenção republicana, em julho. Com primárias em Estados populosos como Califórnia e Nova Jersey pela frente, é improvável que o magnata não consiga o número necessário. Agora seu único adversário na disputa, o governador de Ohio John Kasich tem apenas 153 delegados.

Cruz anunciou sua decisão pouco em discurso em Indianápolis, pouco depois da divulgação dos resultados na imprensa. "Demos tudo o que tínhamos em Indiana, mas esta noite, os eleitores escolheram outro caminho. Por isso, suspendemos nossa campanha", disse ele. O senador apareceu acompanhado de sua esposa Heidi e suas duas filhas, e foi apresentado pela também ex-pré-candidata presidencial Carly Fiorina, a quem havia convidado para ser sua vice.

"Mas não suspendo minha luta pela liberdade. Não suspendo minha luta por defender a Constituição, os valores judaico-cristãos que fundaram os EUA. Nosso movimento continuará", prometeu.

Cruz se afasta da disputa presidencial depois de tentar diversas estratégias para barrar a subida de Trump, desde forjar uma aliança sem precedentes com o também pré-candidato John Kasich, governador de Ohio, até anunciar precocemente sua companheira de chapa, Carly Fiorina.

Embora Kasich ainda siga na disputa, a renúncia de Cruz praticamente serve de bandeja a indicação republicana a Trump, que após a ampla vitória de hoje em Indiana está a menos de 200 delegados de conseguir a indicação matemática, e quando ainda faltam votar estados populosos como Califórnia e Nova Jersey.

'Provável candidato' - No Twitter, o presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, reconheceu que Trump é o 'provável indicado' do partido para disputar a Casa Branca. "Donald Trump será o provável indicado do Partido Republicano, devemos nos unir e nos focar em derrotar Hillary Clinton", escreveu ele.

(Da redação)

Postar um comentário

Blog do Paixão

Whatsapp Button works on Mobile Device only

Start typing and press Enter to search